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(fotografia por Joana Linda)
[A relevância e o significado de ter rasurado o meu nome: Na sua série de performances homónimas 'Miguel Bonneville' (2006-2012), o artista matou o seu alter ego, a ficção de si mesmo, fazendo com que fosse necessário criar uma diferenciação clara entre um antigo-Eu e um novo-Eu. Aliando esta necessidade às suas inquietações com as questões de género, optou por rasurar o seu primeiro nome; Bonneville é um nome sem género; não é nem masculino, nem feminino, e isso está de acordo com o seu próprio género, que não se define nem como uma coisa nem como outra. O rasurado revela e afirma uma transição, mas mantém ainda a marca de uma identidade evidente.] Bonneville (Porto, 1985) concluiu os cursos de ‘Interpretação’ na Academia Contemporânea do Espectáculo (2000-2003), ‘Artes Visuais’ na Fundação Calouste Gulbenkian (2006), ‘Autobiografias, Histórias de Vida e Vidas de Artista' no CIESISCTE (2008), ‘Arquivo – Organização e Manutenção’ no Citeforma (2013) e ‘Costurar ideias’ na Magestil (2013). Através de performances, desenhos, fotografias, vídeo, música e livros de artista, Bonneville introduz-nos a histórias autobiográficas centradas na destruição e reconstrução da identidade. Desde 2003 tem apresentado o seu trabalho em galerias de arte e festivais nacionais e internacionais, sobretudo os projectos 'Family Project', 'Miguel Bonneville’ e ‘A importância de ser...’, nomeadamente em Espanha, Alemanha, Polónia, Estónia, Itália, Argentina, Brasil, USA e China. Colabora regularmente com artistas como Carlota Lagido, David Bonneville, Sónia Baptista, Joana Linda, Joana Craveiro e Maria Gil, tendo colaborado também com Francisco Camacho, Teatro Praga, Pablo Fidalgo, La Ribot, AVaspo, entre outros. Foi artista residente no Sítio das Artes, CAMJAP - Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007), Homesession (Barcelona, 2008), Mugatxoan - Fundação de Serralves (Porto, 2010), Festival Transeuropa2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014) e Azala (Lasierra 2014). Fez parte do núcleo de artistas da produtora de dança contemporânea Eira (2004-2006) e da Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013). Recebeu o Prémio Ex Aequo (2015) pelas performances ‘Medo e Feminismos’, em colaboração com Maria Gil, e ‘A importância de ser Simone de Beauvoir’. |